sábado, 5 de maio de 2012

As Grandes Revoluções Liberais

Revolução Americana

Em meados do séc. XVIII, a Inglaterra possuía treze colónias na costa atlântica do continente americano. Apesar de autónomas, uniam-se pela língua, pela religião e pelos inimigos comuns (franceses e índios).
A Guerra dos Sete Anos obrigou a Inglaterra a um esforço financeiro, pelo que teve necessidade de recorrer ao lançamento de novos impostos sobre as colónias e os produtos coloniais, principalmente um novo imposto sobre o chá. Os colonos americanos protestaram. Disfarçados de índios, lançaram ao mar os carregamentos de chá dos navios ancorados no porto de Boston, este acontecimento ficou conhecido como o Boston Tea Party. Estávamos em 1773, foi o início da revolução americana.
Em 1774, 12 representantes das colónias (a Geórgia não enviou delegados) reúnem-se em Filadélfia, num edifício conhecido como Carpenter’s Hall, exigindo os mesmos direitos e liberdades concedidos aos súbditos da metrópole. A intransigência dos ingleses levou à declaração de independência.
George Washington forma um exército de voluntários. Inicia-se a guerra da independência. Após algumas derrotas, os independentistas vencem os ingleses na batalha de Yorktown (1781). A Inglaterra reconhecerá a independência dos Estados Unidos da América em 1783, no tratado de Versalhes.

Em 1787, é aprovada a Constituição americana, garantindo as liberdades e direitos dos cidadãos, a divisão tripartida dos poderes, a soberania da nação e a liberdade religiosa.

Revolução Francesa
A França antes da Revolução
      Antecedentes/causas:
     Maior população da Europa Ocidental (25 milhões).
     80% rural.
     Absolutismo parasitário
      Luís XVI
      Festas, banquetes, pensões, guerras inúteis, tratados desvantajosos.
Crise económica
      Maus anos agricolas;
      Concorrência dos produtos ingleses;
      Défice financeiro (o Estado gasta mais do que recebe)

Dos Estados Gerais à Assembleia Constituinte
Em 1789, Luís XVI convoca os Estados Gerais (reunião dos representantes dos três estados) para procurar um solução para a crise: obrigar o clero e a nobreza a pagar impostos.
O voto era por estado e não por representante individual; o terceiro estado exige que se altere a forma de votação, passaria a ser “um homem, um voto”. Clero e nobreza não aceitam.
O terceiro estado retira-se e trancados na sala de jogo da péla, declararam-se Assembléia Nacional Constituinte, prometendo não se separar até dotarem a França de uma Constituição que defendesse as liberdades e direitos dos cidadãos.
Luís XVI, tentou dissolver a Assembleia Nacional Constituinte e enviou tropas para Paris, isto provoca a revolta da população e dá-se a Tomada da Bastilha (14 de Julho de 1789). A partir daqui a revolução espalha-se a toda a França.



1ª Fase da Revolução
Principais Medidas da Assembleia Nacional Constituinte (eleita por sufrágio censitário)
      Abolição dos direitos feudais;
      Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão;
      Aprovação da Constituição;
      Separação dos poderes;
      Soberania da Nação ( sufrágio censitário);
      Substituição da Monarquia Absoluta pela Monarquia Constitucional;


2ª Fase da Revolução
Convenção Nacional (1792-1795)
      Foi a fase mais radical da Revolução Francesa e dominada pelos jacobinos que dissolveram a Assembleia Cosntituinte e fizeram eleger por sufrágio universal a Convenção Nacional;
       Aprovação de uma nova constituição em 1793;
      Ocorreu a execução do rei Luís XVI (21/01/1793)
      O Tribunal revolucionário (julgava os opositores da Revolução);
      O regime de terror (Robespierre). Milhares de franceses suspeitos de actividades contra a revolução foram decapitados pela guilhotina;
      O Golpe do Termidor  (1795)– pôs fim a era jacobina e iniciou o diretório

3ª Fase da Revolução
Diretório (1795-1799)
      Caracterizado pela supremacia girondina (burgueses);
      Era exercido por um diretório composto por 5 membros;
      Enfrentou levantamentos populares e crise económica e social;
      Externamente a França obtinha vitórias contra as forças absolutistas da Espanha, Holanda, Prússia e reinos da Itália (a segunda coligação) com destaque para as vitórias militares de Napoleão Bonaparte;
      Napoleão Bonaparte (apoiado pelos girondinos) promoveu o Golpe 18 Brumário que pôs fim ao Diretório instaurando o Consulado.


PERÍODO NAPOLEÓNICO
      Não deve ser visto como parte da Revolução Francesa, mas sim como consequência directa dela.
      Momento de triunfo e consolidação da burguesia no poder.
      O período Napoleónico (1799-1815) é dividido em três fases: Consulado, Império e Governo dos Cem Ddias.
      Áustria, Rússia e Prússia, foram sucessivamente derrotadas por Napoleão.
      O Consulado inicia com o Golpe de 18 de Brumário .
      Durante o Império, Napoleão tenta conquistar a Inglaterra, militarmente. Não conseguiu.
      Decretação do Bloqueio Continental.
      A corte portuguesa, protegida pela marinha inglesa, foge para o Brasil.
      A Rússia, que resolveu romper o bloqueio, foi invadida por Napoleão. Puro desastre. O inverno russo praticamente derrotou Napoleão.
      Derrotado, Napoleão foi exilado na Ilha de Elba.
      Fugiu de Elba e voltou à França, iniciando o Governo dos Cem Dias.
      Derrotado em Waterloo, na Bélgica, foi exilado na Ilha de Santa Helena, onde morreu, em 1821.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Sociedade Europeia do Antigo Regime
Sociedade constituída por três Ordens ou Estados: Clero Nobreza e Povo
Características:
  • Sociedade altamente hierarquizada;
  • Elementos com funções específicas;
  • Elementos com direitos e deveres próprios;
  • Não há praticamente, mobilidade social;
  • Posição marcada pelo nascimento e não pela fortuna.




Absolutismo Régio e Mercantilismo


Características:
  • Concentração dos poderes nas mãos dos reis - legislativo, executivo e judicial.
  • Autoridade total do rei;
  • Poder baseia-se no Direito Divino;
  • O Rei confunde-se com o Estado.


Formas de Ostentação do Poder:
  • Luxo e fausto
  • Grandiosidade da Corte.

O Mercantilismo

Principio Teórico: A riqueza de um país reside na quantidade de metais preciosos (ouro) nos cofres do Estado.


Medidas tomadas:
  • Criação de Companhias Comerciais;
  • Políticas Proteccionistas (com medidas de isenção de impostos);
  • Desenvolvimento das manufacturas
  • Monopólios
  • Isenção de impostos aos produtos manufacturados nacionais
Objectivo: Balança Comercial Positiva.


O Mercantilismo português


Em Portugal vivia-se neste período essencialmente da agricultura, sendo que as terras pertenciam quase exclusivamente às ordens privilegiadas. Assim, não se retirava grande rendimento das terras, permanecendo muitas delas, incultas.

A economia portuguesa dependia quase exclusivamente dos tráfegos comerciais, sobretudo dos produtos ultramarinos.

A crise comercial que se abateu sobre o comércio do açúcar do Brasil, face à concorrência do comércio das Antilhas (1669), levou a que, fossem tomadas medidas de cariz mercantilista.

Da responsabilidade do Vedor da Fazenda D. Luís de Meneses (na imagem), foram tomadas as seguintes medidas:
·         Industrialização do país, com o apoio às manufacturas de lanifícios;
·         Monopólio do fabrico de tecidos à manufactura da Covilhã;
·         Protecção à industria da seda;
·         Impulso a outras industrias de fitas, chapéus, vidros, curtumes.
·         Publicação das Leis Pragmáticas que proibiam o uso de tecidos de lã e de outros artigos de vestuário de origem estrangeira.

Causas da falência das medidas mercantilistas em Portugal


  • Os ingleses diminuem a importação de vinhos portugueses em resposta à protecção das lãs portuguesas e à proibição de importar lãs inglesas;
  • Os grandes produtores de vinho portugueses (nobres), contestam o proteccionismo industrial;
  • A assinatura do Tratado de Methuen ( que prejudicou a industria nacional mas estimulou a produção do vinho do Porto).
  • A descoberta das minas de ouro e de diamantes do Brasil que inundou os mercados, dinamizou o comércio e terminou com a política de proteccionismo económico.
 Portugal, Sociedade e Poder

Grande influência das ordens privilegiadas do Clero e da Nobreza
·         Ordens com privilégios seculares;
·         Grande poder económico;
·         Vastos rendimentos;
·         Prestígio e poder;
·         Limitam o poder do monarca.

A Burguesia
·         Camada da população cada vez mais influente;
·         Exerce cargos públicos (magistrados, juristas, médicos…);
·         Grande dificuldade em ascender socialmente.


Os monarcas portugueses
·         Exerciam o poder de forma absoluta e paternalista (o rei, como um pai, pretendia merecer o amor dos seus súbditos);
·         Os monarcas, sobretudo, D. João V (na imagem), passou a dirigir o poder de forma pessoal, ostentando uma imagem de grandeza e opulência.


O Despotismo Pombalino

  • Ascensão de Pombal através da confiança de D. José I
  • Grande poder de decisão após o sismo de 1755
Medidas tomadas pelo marquês de Pombal

  • Fortalecimento do Estado
  • Modernização de país
  • Favorecimento da burguesia e das actividades económicas
  • Reforço do aparelho do Estado (organismos que controlam a administração e das actividades do reino).







domingo, 4 de março de 2012

O Império Português e a Concorrência Internacional

O Império Português em Crise

Em meados do século XVI, o império português atravessou uma crise causada por:
·         Recuperação da Rota do Levante pelos Muçulmanos e consequente perda do monopólio das especiarias
·         Ataques de piratas ingleses, holandeses e franceses, encarecendo os produtos e pondo em causa o Tratado de Tordesilhas
·         Fracos recursos económicos e administração corrupta dificultavam a manutenção de um vasto império
·         Falta de população para povoar as terras descobertas
Por estes motivos, os portugueses viram-se forçados a abandonar algumas terras descobertas.
Entretanto, o império espanhol atingia o seu apogeu depois da circum-navegação de Fernão de Magalhães e Sebastião d’Elcano, sendo a maior potência comercial e colonial da época.

Crise de Sucessão

O desaparecimento de D. Sebastião (na Batalha de Alcácer-Quibir) sem deixar descendência, levou em 1580 a uma Crise Dinástica. À sua sucessão propunham-se três candidatos:
·         D. Filipe II de Espanha, apoiado pela Nobreza e Clero
o   Possuía Impérios coloniais
o   Propunha-se a pagar os resgates aos prisioneiros de Alcácer-
-Quibir
o   Trazia dinheiro e riqueza
o   Apesar disso, comprometia a Independência

·         D. António, Prior do Crato, apoiado pelo povo
o   Não possui dinheiro nem impérios
o   Ainda assim, assegura a Independência

·         D. Catarina de Bragança
o   É mulher, característica desvantajosa na época
o   Não possui dinheiro nem impérios
o   Ainda assim, assegura a Independência

Em 1581, nas Cortes de Tomar, Filipe II de Espanha (I de Portugal) foi eleito. Forma-se a União Ibérica, ou seja, os dois reinos de Portugal e Espanha são governados por um mesmo rei, naquilo a que se chama uma Monarquia Dualista. Entre 1590 e 1640 Portugal esteve sob domínio filipino. D. Filipe I reconheceu a autonomia de Portugal e deu alguns direitos:

·         Manter o português como língua oficial
·         Manter o uso da moeda portuguesa
·         Os altos cargos da Administração de Portugal e a Igreja portuguesa só podiam ser ocupados por portugueses
Estas eram condições importantes, já que a língua e a moeda são dois dos símbolos de identidade de uma nação.
Apesar de Filipe I ter cumprido estas promessas, o mesmo não aconteceu com os seus sucessores Filipe II e III (respectivamente, III e IV de Espanha).
Descontentes com o Tratado de Tordesilhas, holandeses, ingleses e franceses começaram a atacar barcos e possessões portugueses e espanhóis.


Uma nova potência marítima: a Holanda. O Império Inglês e o Capitalismo Comercial

No século XVII, a Espanha e Portugal perderam o seu monopólio dos mares. Defendendo o principio do mare liberum, os países como a Holanda e a Inglaterra alargaram o seu comércio e os seus domínios coloniais.

Paralelamente, desenvolveram novas e modernas formas de desenvolver, organizar e dominar o comércio, criando grandes companhias de comércio e novas instituições financeiras como bancos *, companhias de seguros e bolsas de valores.

O comércio realizou-se pelas rotas do Cabo e no Atlântico onde se desenvolveu um activo comércio triangular, entre o continente africano, a América e a Europa. Os produtos coloniais, as especiarias, os escravos e o ouro, foram algumas das principais mercadorias que circulavam nestas rotas.

*Os capitais provenientes de lucros obtidos com comércio ou com a acumulação de metais preciosos permitiram dinamizar os bancos que, reinvestindo esses capitais, efectuando empréstimos para a actividade produtiva ou de outra natureza, a troco de um juro, tinham como objectivo aumentar os seus lucros.


Em 1637 começavam a surgir motins por todo o país. Todas as classes estavam descontentes: a burguesia estava a perder o controlo do tráfego do açúcar; os impostos aumentaram fazendo com que o povo entrasse em revolta e os nobres viam assim o fim do império filipino e o desinteresse de Filipe IV pelos assuntos portugueses. As revoltas ainda iam ser mais quando é afirmado que Portugal ia passar a ser uma província espanhola e que muitos nobres tinham de ir combater para a Catalunha.

Com a ajuda dos inimigos de Espanha – França e Inglaterra – devido à cedência portuguesa de Bombaim e Tânger, os nobres reorganizaram o exército e a defesa e venceram os espanhóis nas batalhas de Linhas de Elvas, Ameixial e Montes Claros. Espanha encontrava-se na Guerra dos Trinta Anos que também ajudou os portugueses a vencerem.
A revolução deu-se no dia 1 de Dezembro de 1640 e D. João IV, oitavo duque de Bragança, foi aclamado rei de Portugal.
Portugal também conseguiu restaurar o poder atlântico português na Angola e no Brasil, devido à intervenção dos colonos brasileiros.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Império espanhol da América

Os espanhóis iniciaram a colonização das Antilhas;
Os principais chefes militares espanhóis foram Fernando Cortez (que venceu os Astecas) e Francisco Pizarro ( que venceu os Incas).
Com a conquista os espanhóis passaram a ocupar uma enorme extensão do continente americano.
Obtiveram grandes riquezas com o saque de tesouros, tais como o ouro e a prata que invadiram a Europa desses metais.

Consequências:

  • Pesadas consequências demográficas, a população índia diminuiu de forma brutal à dureza do trabalho obrigatório e sobretudo às doenças levadas pelos colonizadores.
O Comércio à Escala Mundial

Com a expansão ibérica abriram-se novas rotas intercontinentais.
Estas viagens trouxeram aos povos europeus, novos hábitos alimentares e de consumo corrente (açucar, especiarias, frutos e cereais);
Lisboa, Sevilha e Antuérpia tornaram-se os grandes eixos do comércio europeu.
Os burgueses foram a classe social que mais beneficiou com o comércio, comprando mercadorias baratas no local de orgem e vendendo-as muito caras nos principais mercados da Europa.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A Reforma Protestante e a Reação da Igreja Católica


Reformas Religiosas e Contra-Reforma do século XVI
Entre 1379 e 1417, devido a interesses políticos, foram eleitos 2 papas: um em França e outro em Itália, no que ficou conhecido com O Grande Cisma do Ocidente.
A difusão do Humanismo e o avanço da Ciência contribuiu para a criação de um movimento crítico à Igreja.
            àOs papas envolveram-se na política para proveito próprio
            àO clero levava uma vida imoral, de luxo e corrupção
            àOs cargos eclesiásticos eram comprados por pessoas sem experiência
Em 1517, o Papa Leão X, para arranjar fundos para a construção da Basílica de S. Pedro publicou a Bula das Indulgências. Este documento determinava que os fiéis tinham de pagar pela remissão dos pecados
O alemão Martinho Lutero redigiu as 95 Teses contra as Indulgências. Conseguindo alguns aliados, iniciou a reforma protestante, fundando o Luteranismo.
            João Calvino, na Suíça, fundou o Calvinismo
            Henrique VIII, em Inglaterra, fundou o Anglicanismo

Estes movimentos originaram uma resposta por parte da Igreja
1.      Reforma – Reafirmação da doutrina e reorganização da Igreja: Concílio de Trento
2.      Contra-Reforma – combate ao protestantismo e outras religiões, através do fortalecimento da Inquisição e do Índex (conjunto de livros proibidos)
Contra-Reforma
            A Contra-Reforma incidiu sobre três campos:
1.      Companhia de Jesus, com o objectivo da pregação e ensino, bem como a evangelização dos indígenas além-mar
2.      Inquisição, com o objectivo de combater e punir as heresias e bruxarias
3.      Índex, com o objectivo de controlar as ideologias, funcionando como censura literária